quarta-feira, 14 de julho de 2010

Fim de festa

Espanha desfila em Madri
Mundial da África do Sul terminou com festa espanhola.

Chegou ao fim o maior evento esportivo do planeta, realizado neste ano pela primeira vez no continente africano. Uma ótima Copa, a melhor que eu já assisti (considerando que acompanhei antes apenas as de 2002 e 2006). A estrutura, pelo que vi por imagens e relatos, me pareceu ser boa, mostrando que a África também pode sediar grandes eventos.

Numa Copa marcada pelos graves erros de arbitragem, tivemos como principais personagens extra-campos as barulhentas vuvuzelas, o polvo vidente Paul, a modelo paraguaia Larissa Riquelme e o cantor Mick Jagger, o "pé-frio" da competição.

No campo, a Copa de 2010 teve pela primeira vez na história a seleção da casa sendo eliminada na primeira fase. O Mundial da África do Sul também teve apenas uma seleção terminando invicta, a Nova Zelândia, acredite se quiser, que empatou nos três jogos da fase inicial.

Como sempre, a Copa também reservou suas decepções e surpresas.

Decepções

Das seleções campeãs mundiais, Itália, França e Inglaterra foram as grandes decepções, todas jogando um futebol ridículo e sendo eliminadas precocemente.

Entre os jogadores, os 10 que mais me decepcionaram foram o português Cristiano Ronaldo, o brasileiro Kaká, os ingleses Rooney e Lampard, o espanhol Fernando Torres, o holandês Van Persie, os franceses Ribéry e Gourcuff, o italiano Cannavaro e o sérvio Vidic. Não necessariamente nessa ordem.

Copa América nas semifinais? Não foi dessa vez.

Após as oitavas de final, muitos imaginavam que teriamos uma Copa América nas semifinais, mas o que se viu foi mais uma vez um domínio europeu, repetindo 2006. Nas quartas, Brasil, Argentina e Paraguai caíram fora.

Alemanha e Uruguai foram as seleções campeãs que restaram. Entretanto, alemães e uruguaios não foram páreos para espanhóis e holandeses, que na final, buscariam o primeiro título mundial. No fim, a Espanha levou o seu primeiro título e a Holanda, o tri-vice.

Surpresas

Alemanha e Uruguai foram as seleções que mais me surpreenderam. Os alemães tem tradição, jogaram um bom futebol nas Eliminatórias, mas chegaram na África sem alguns jogadores lesionados, entre eles o capitão Ballack. Mas com um futebol bonito de se ver, a Nationalelf conseguiu chegar em terceiro. Já os uruguaios foram os últimos a se classificarem para a Copa, mas com Forlán inspirado e com muita raça, conseguiram recolocar o primeiro campeão mundial novamente no mapa do futebol. Outras seleções que também surpreenderam foram Gana e Paraguai, que chegaram às quartas de final pela primeira vez na história das Copas.

MINHA SELEÇÃO DA COPA (4-1-3-2):

------------------ Casillas -----------------------
Lahm --- Mertesacker - Juan --- Fábio Coentrão
--------------- Schweinsteiger ------------------
----- Iniesta ------- Sneijder ------- Müller -----
------------ Forlán ---------- Villa --------------
 
Técnico: Joachim Löw.

Bola de Ouro: Forlán.
Bola de Prata: Villa.
Bola de Bronze: Schweinsteiger.

Revelação: Müller.

E que chegue logo, 2014!

Chegou a vez da Fúria!

Espanha Campeã mundia
Casillas ergue a taça Fifa.

Deu Espanha na final das "virgens" realizada no Soccer City, em Joanesburgo. Com um gol de Iniesta aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação, a Roja bateu a Holanda e conquistou seu primeiro título mundial em sua primeira final de Copa. Duas vezes campeã da Europa (em 1964 e 2008), a Fúria é a oitava seleção a entrar no ciclo dos campeões mundiais. A Holanda, por sua vez, segue sem conquistar a Copa. Vice em 1974 e 1978, a Laranja ficou mais uma fez no quase, após vencer todos os jogos das Eliminatórias e da Copa até então.

Durante o tempo normal, o que se viu foi um jogo extremamente pegado e consequentemente, violento, com 13 cartões amarelos, sendo que o árbitro inglês Howard Webb - que foi muito mal - poderia ter aplicado mais. A Espanha, como de praxe, controlou o jogo. Porém, deixou espaços e a Holanda quase chegou ao gol no contra-ataque, mas Robben parou em Casillas no lance mais importante durante os 90 minutos.

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Iniesta chuta para marcar o gol do título.

Chegou a prorrogação e cansada, a Holanda ainda ficou com um a menos quando o zagueiro Heitinga levou o segundo cartão amarelo. Pouco depois, o gol do título. Torres cruzou para Iniesta, mas Van der Vaart cortou, na sobra, Fábregas dominou e mandou novamente para Iniesta, que livre, encheu o pé e saiu pra comemorar. Na comemoração, ele mostrou uma camisa em homenagem a seu amigo Dani Jarque, jogador do Espanyol que faleceu no ano passado aos 26 anos.

Título merecido da Espanha, a seleção que jogou o melhor futebol dos últimos quatro anos, que tem o melhor conjunto de jogadores da atualidade, com craques como Xavi, Iniesta e Villa e outros grandes jogadores como Casillas, Piqué e Torres (apesar da péssima fase). Também não podemos nos esquecer dos voluntariosos Sergio Ramos, Puyol e Xabi Alonso e dos garotos Pedro Rodríguez e Busquets.

Um time que joga um futebol de muito toque de bola, mas que se mostrou ser eficiente, ao vencer todos os jogos do mata-mata por 1 a 0. Nos últimos quatro anos, La Roja conquistou a Eurocopa, deu show nas Eliminatórias, embora tenha decepcionado na Copa das Confederações e na estreia do Mundial. O técnico Vicente del Bosque também merece ser elogiado, assim como Luís Aragónes, comandante da Fúria no título europeu. Quanto a 2014, a Espanha deve vir ao Brasil ainda forte. A geração é boa. Piqué, Busquets e Pedro são apenas alguns exemplos.

A Holanda também tem uma boa base para os próximos anos. Se na década de 70 a Laranja Mecânica revolucionou o futebol, desta vez jogou um futebol de resultado, que no entanto, não deu certo na final, quando a seleção decidiu partir para a violência. De qualquer forma, a equipe comandada por Bert van Marwijk fez uma ótima Copa. Mas é triste ver uma seleção como a holandesa, que já teve dezenas de craques, sem nenhum título mundial.

Holanda: Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst (Braafheid); Van Bommel, De Jong (Van der Vaart), Sneijder, Kuyt (Elia) e Robben; Van Persie.

Espanha: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso (Fabregas), Busquets, Xavi e Iniesta; Villa (Torres) e Pedro (Jesus Navas).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O terceiro lugar é novamente da Alemanha

jogadores Alemanha posados terceiro lugar
Assim como em 2006, alemães festejam o bronze.

Um jogo que sempre nos reserva bom futebol. Esta é a disputa do terceiro lugar, uma partida onde as equipes jogam sem nenhum compromisso. Neste sábado, as medalhas de bronze seriam mais importantes para o Uruguai, mas só que foi a Alemanha quem levou elas pela segunda vez consecutiva, ao vencer por 3 a 2, em um jogo de duas viradas.

A Alemanha, que começou sem quatro titulares machucados (Neuer, Lahm, Podolski e Klose), abriu o placar aos 18 minutos. Schweinsteiger chutou de fora da área, o goleiro Muslera não segurou e Müller, um dos artilheiros da Copa com cinco tentos, aproveitou o rebote. Dez minutos depois, o mesmo Schweinsteiger vacilou no meio-campo e foi desarmado por Pérez. Na sequência, Suárez rolou para Cavani empatar.

Logo no início da etapa final, Arévalo cruzou para o craque Forlán pegar de primeira e fazer um golaço. Era a virada uruguaia. No entanto, Jansen, de cabeça, empatou a partida logo depois, aproveitando mais uma falha de Muslera. O último gol da partida foi anotado por Khedira, de cabeça, aos 38 minutos. Um gol merecido deste volante que fez uma ótima Copa, substituindo à altura o capitão Ballack. No último lance da partida, Forlán quase empatou a partida novamente, mas os deuses do futebol não permitiram o sexto gol do atacante na Copa na cobrança de falta, fazendo com que a bola explodisse no travessão.

Os dois times se despedem do Mundial como vencedores. Pelo lado da Nationalelf, o técnico Joachim Löw conseguiu montar um time muito rápido, jovem e encantador, com destaque para os meias Khedira, Schweinsteiger, Müller e Özil. O torcedor alemão pode esperar um time ainda mais forte em 2014. E o Klose, hein? Sentiu dor nas costas e não participou da partida deste sábado. Portanto, Ronaldo segue sendo o maior artilheiro da história das Copas. Mas o Fenômeno tem que se preocupar com outro alemão. Thomas Müller tem apenas 20 anos e já anotou cinco gols este ano.

Para a Celeste, o quarto lugar pode ser considerado um título. O Uruguai passou muito tempo sem resultados expressivos, mas com essa campanha, recoloca-se no mapa do futebol mundial. Classificada na bacia das almas, a melhor seleção sul-americana na Copa tem que agradecer muito essa colocação a Diego Forlán, que vive o melhor momento de sua carreira. Jogadores como Suárez (o heroi das quartas de final), Fucile, Lugano, Godín e Pérez também merecem citação. Assim como a Alemanha, o Uruguai também tem uma boa base para 2014.

Uruguai: Muslera, Fucile, Lugano, Godín e Cáceres; Pérez (Gargano), Arévalo e Maxi Pereira; Forlán, Suárez e Cavani (Loco Abreu).

Alemanha: Butt, Boateng, Mertesacker, Friedrich e Aogo; Khedira, Schweinsteiger, Müller, Özil (Tasci) e Jansen (Kroos); Cacau (Kiessling).