sábado, 3 de julho de 2010

Não deu! Holanda vira e elimina o Brasil

Sneijder cabeceia no ângulo direito e vira para a Holanda
Sneijder marca de cabeça e deixa o sonho do hexa para 2014.

Fim de Copa para o Brasil. Em Porto Elizabeth, a seleção canarinho saiu na frente, mas se descontrolou na segunda etapa e permitiu a virada da Holanda por 2 a 1, resultado que colocou a Laranja Mecânica nas semifinais da Copa pela quarta vez na história. Esta também foi a quarta vez que o Brasil caiu nas quartas de final, repetindo o feito de 1954, 1986 e 2006.

O Brasil fez um ótimo primeiro tempo e abriu o placar logo aos 10 minutos com Robinho, após belo lançamento de Felipe Melo (!). Se no primeiro tempo o Brasil conseguiu marcar Robben e Sneijder e ainda chegar com perigo ao ataque, no segundo o que se viu foi uma atuação desastrosa. O gol contra de Felipe Melo, com colaboração de Júlio César (!), após cruzamento de Sneijder, abalou a seleção brasileira. A virada holandesa era questão de tempo e após cobrança de escanteio, Kuyt desviou e Sneijder, livre de marcação, tocou de cabeça. E quando a melhor defesa do mundo falha, é porque não era o dia.

Para completar, o descontrolado Felipe Melo pisou em cima de Robben e levou o tão esperado cartão vermelho. Precisando empatar, Dunga tirou Luís Fabiano e colocou Nilmar, substituição ridícula e sem efeito algum. Faltou opções no banco de reservas e aí está o grande erro de Dunga nesta Copa, convocar jogadores como Kléberson e Júlio Baptista, sabendo que eles não ajudariam em nada.

Antes de falar sobre o trabalho de Dunga a frente da seleção, não podemos desmerecer a Holanda, uma seleção favorita ao título, que tem craques como Robben e Sneijder e que soube aproveitar muito bem os erros do Brasil. A Laranja deixou de lado aquele futebol encantador para conquistar seu primeiro título mundial, embora ainda tenha uma defesa fraca e mostrou isso mais uma vez hoje.

Agora falando sobre Dunga. Ele termina seu ciclo na seleção brasileira com acertos e erros. Como ele mesmo diz, hoje os jogadores tem comprometimento com a seleção. Os resultados pré-Copa foram ótimos (títulos da Copa América e Copa das Confederações e líder das Eliminatórias, além de boas vitórias em amistosos). Porém, o Brasil de Dunga fugiu do estilo brasileiro de jogar. O que se viu nos últimos quatro anos foi um time sólido na defesa, forte na marcação e também forte no contra-ataque. Nesta sexta, o Brasil teve falhas na defesa, deixou a Holanda jogar e o ataque esteve apagado. Precisando vencer, Dunga não tinha opções no banco. Aí está o grande erro do treinador em sua passagem pela seleção, a convocação para a Copa. Preferiu manter jogadores que ele confiava ao invés de convocar jogadores que estavam em melhor momento. Resultado: eliminação nas quartas de final, fazendo uma campanha muito parecida com a de Parreira em 2006. Faltou achar um meio termo entre as duas Copas, desta vez Dunga fechou o time e não deu oportunidade para novos jogadores e em 2006 foi aquela bagunça, com jogadores velhos, acima do peso, etc.

Quanto ao desempenho dos jogadores nesta Copa, se salvaram Júlio César (embora tenha falhado contra a Holanda), Maicon, Lúcio, Juan, Gilberto Silva e Ramires. Kaká e Luís Fabiano foram as grandes decepções. Elano (que atuou apenas nos dois primeiros jogos), Daniel Alves e Robinho não foram mal, mas poderiam jogar mais. Michel Bastos (fora da sua posição) e Felipe Melo, como esperado, não jogaram bem.

Quem sabe em 2014, com um novo treinador e com novos jogadores e com a Copa sendo realizada aqui, o tão sonhado hexa não venha. Particulamente, gostaria de ver Felipão treinando novamente a seleção. Leonardo também é um bom nome.

Holanda: Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Ooijer e Van Bronckhorst; De Jong, Van Bommel e Sneijder, Robben e Kuyt; Van Persie (Huntelaar).

Brasil: Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos (Gilberto); Gilberto Silva, Felipe Melo, Daniel Alves e Kaká; Robinho e Luis Fabiano (Nilmar).

Uruguai avança em jogo emocionante

Comemoração Uruguai

Vitória nos pênaltis recolocou a bicampeã Celeste nas semifinais após 40 anos.

Sem dúvidas o jogo mais emocionante da Copa até aqui. No palco da final, o Soccer City, em Joanesburgo, Uruguai e Gana faziam um jogo normal até o último minuto da prorrogação, quando a partida tomou outra dimensão. No fim, após empate em 1 a 1 no tempo normal, o Uruguai venceu por 4 a 2 nos pênaltis e voltou a se classificar para uma semifinal de Copa, feito que não conquistava desde 1970.

O primeiro gol foi de Gana no final do primeiro tempo. Muntari chutou com efeito de fora da área e abriu o placar. Porém, logo no começo da segunda etapa, Forlán cobrou falta também com efeito e deixou tudo igual. No final da prorrogação, os uruguaios foram pressionados pelos ganeses. Resultado: pênalti para Gana no último lance da partida. Após muita confusão, o ótimo atacante Luis Suárez salvou duas vezes em cima da linha, mas só que na segunda com a mão. Expulso, o jogador ficou torcendo por um milagre: Asamoah Gyan (autor de dois gols de pênalti na Copa) errar a cobrança e levar a decisão da vaga para os pênaltis. Na cobrança, a bola explodiu no travessão. Explosão de alegria de Suárez, tristeza de Gyan, que nas oitavas contra os Estados Unidos havia feito o gol da classificação de Gana. Reviravoltas como essa, só o futebol pode nos propocionar. Emocionante.

Os ganeses foram abalados para a disputa de pênaltis e tiveram duas cobranças defendidas por Muslera, enquanto os uruguaios erraram apenas uma. Na última cobrança, Loco Abreu deu sua tradicional cavadinha e garantiu a vaga para a Celeste.

O Uruguai vai para as semifinais sabendo que fez uma campanha muito mais que esperada. Contra a Holanda, o time não terá Lugano (machucado), Suárez e Fucile (suspensos). Classificar-se para a final será muito difícil, mas o Uruguai já está de parabéns. Além de fazer uma Copa espetacular, nossos vizinhos nos proporcionam um momento que vai entrar para a história das Copas.

Já a seleção de Gana, última esperança do continente africano, se despede com muita tristeza após ficar muito perto de garantir uma vaga inédita para a África numa semifinal de Copa em plena África. O futebol africano vem em evolução, mas vai ser difícil eles terem uma chance tão boa como essa nos próximos Mundiais.

Uruguai: Muslera, Maxi Pereira, Lugano (Scotti), Victorino e Fucile; Pérez, Arévalo e Álvaro Fernández (Lodeiro); Forlán, Suárez e Cavani (Loco Abreu).

Gana: Kingson, Pantsil, Vorsah, John Mensah e Sarpei; Annan, Inkoom (Appiah), Asamoah, Kevin-Prince Boateng e Muntari (Adiyiah); Gyan.

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